Olivia, a porquinha de Ian Falconer
One is struck almost immediately by the book's minimalist aesthetic – the only colors are red, grey, black and white (he draws with charcoal and gouache) – that is employed throughout the entire books – something rather rare in children's books.
É assim que Ian Falconer, autor e ilustrador de Olívia, , um livro infantil extremamente inteligente e com alguma sofisticação plástica, explica a sua motivação para criar livros infantis, depois de já ter sido reconhecido pelo seu trabalho de design de cenários e figurinos para o New York City Ballet, San Francisco Opera, e a Royal Opera House, entre outros. Destacou-se igualmente como ilustrador da revista The New Yorker.
E porquê “hiperbólica”? Porque Olivia é uma porquinha muito intensa e com uma energia (quase) inesgotável. Só mesmo lendo as histórias da porquinha mais atraente da História desde a saudosa (e fogosa!) Miss Piggy! (Já agora, quem não se lembra dos Marretas?)
Não direi “hiperactiva” porque este é um termo muito na moda, associado a distúrbios de atenção e problemas de adaptação escolar... direi antes que tem uma capacidade de acção amplificada. Olívia entrega-se com alegria, entusiasmo e um empenho infindável a tudo o que a vida lhe oferece: quer esteja a cantar “canções para cantar alto”, a construir arranha-céus na areia da praia, a experimentar a roupa toda que tem no armário, a seleccionar “criteriosamente” os seus acessórios de moda preferidos para alegrar o seu uniforme escolar cinzentão, a pôr a cozinha num verdadeiro caos, a tentar descartar-se do irmão mais novo, a recriar um famoso quadro de arte moderna, de Jackson Pollock, na parede da sala (achou que conseguia fazer um igual em cerca de cinco minutos), ou a negociar com a mãe o número de livros a ler ao deitar, ela nunca se cansa. E mais incansável ainda é a sua imaginação. Olívia é “a criança”.
Tem tanta paixão por Maria Callas como pelas bailarinas dos quadros de Degas como pelo Circo. Olívia é apaixonada pelas infindáveis possibilidades da vida, em que o limites estão para além da imaginação e do sonho, esquecidos.
Claro que põe à prova a hérculea paciência da mãe, mas nunca o seu amor e protecção, jamais postos em causa.
De um modo extremamente divertido e encantador, Ian Falconer ilustra a carvão, em tons de preto e cinza a sua pequena heroína nas mais diversas situações e actividades, acentuando com guache vermelho-vivo as suas roupas, o seu baton, as fitas do cabelo, os sapatos de salto alto, a mochila, a escova de dentes... A ilustração é ao mesmo tempo sóbria e extremamente rica pelo jogo da cor e de alguns pormenores. O texto é sucinto, simples, não deixando lugar para o supérfluo. O seu maior encanto é a forma como é tantas vezes irónico em relação às ilustrações, criando um diálogo de um humor ligeiramente caústico e muito inteligente. Juntos, na sua interacção, texto e ilustrações despertam sorrisos e risos, quer nas crianças quer nos adultos. Eu falo por mim...as histórias desta porquinha estão recomendadas para crianças entre os 3 e os 7 ... eu já passei um bocadinho, (um bocadinho só!) desta faixa etária mas simplesmente ADORO!
Tenho conhecimento de cinco títulos de Olívia em língua inglesa. Traduzidos em português, e editados pela Editorial Notícias, existem apenas dois: Olívia e Olívia salva o circo. Penso que o primeiro título, já na 2ª edição, está de momento esgotado. Mas não desistam, procurem a porquinha porque as suas histórias são mesmo deliciosas! Até para adultos e vegetarianos!
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também tenho...